Dume foi uma freguesia portuguesa do concelho de Braga, com 3,93 km² de área e 3 251 habitantes (2011) . Densidade: 827,2 hab/km². O seu topónimo, Dume, vem porventura do germânico döm, que significa igreja, basílica ou catedral.
Foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às freguesias de Real e Semelhe, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Real, Dume e Semelhe com a sede em Real.
Dume gozou em recuados tempos duma situação de relevo, especialmente no século VI, durante o reinado de Teodomiro, rei dos Suevos. O pai dele, Charrarico, invocara São Martinho de Tours numa doença que tinha padecido Teodomiro menino.
Obtida a cura, em 550, fundou uma igreja em Dume e mandou emissários à Gália em busca de relíquias do santo. Por disposição providencial, os emissários do rei encontraram-se com Martinho de Panónia, depois chamado Dumiense e canonizado, que de Jerusalém se dirigia para a Gália, ao túmulo do homónimo e compatriota. Aquele encontro indicou-lhe o lugar onde deveria ir exercer o seu apostolado, pois até então os suevos tinham professado o arianismo. Desembarcou, possivelmente, em Portucale, donde se dirigiu a Braga, à corte de Teodomiro, completando a sua conversão, com o auxilio do bispo Eleutério e do bispo de Coimbra, Lucêncio. De Teodomiro obteve a igreja recém fundada de Dume, junto da qual edificou um mosteiro.
Tão notável se tornou a sua acção que em 558 era elevado à dignidade episcopal, erecta a igreja em catedral, constituindo o bispado de Dume, o domínio do mosteiro. Com a reconquista cristã, após a invasão árabe, o pequeno território da diocese de Dume veio a ser incorporado na de Braga. A antiga freguesia de S. Martinho de Dume era um padroado da renúncia da apresentação do prelado bracarense.
Na localidade há várias capelas, uma das quais em estilo românico, no lugar da Ordem, cujo titular é S. Lourenço. É tradição ter funcionado nesta capela o cabido da Sé de Braga, numa ocasião que grassava uma epidemia na cidade. No lugar de Cabanas, há um solar com capela, onde morreu em 25 de Dezembro de 1888, o arcebispo resignatário de Braga, D. João Crisóstomo de Amorim Pessoa.
É tradição ter havido nesta povoação, nos lugares de Anteportas e Sobremoure, uma grande batalha contra os mouros.